4.7.06

“O Amor na Prática é Sempre ao Contrário”

Sugestão: você poderia ler esse texto ao som Um Certo Alguém, do Lulu Santos. Aposto que o texto ficaria até mais bonitnho...

Não se assuste! Essa triste crônica não condiz com o conteúdo deste blog - coisas desse nível você encontrará no meu outro blog A Vida Não Presta.


“Quanto tempo longe de você, quero ao menos lhe falar”. A música popular e seus ícones nos deram tantas canções de amor e perda, quanto fracassos e vexames. A história está cheia delas. “Desde que o samba é samba é assim”. E é tão fácil se identificar com elas... É tão confortável, e é tão triste. “Ela já não gosta mais de mim, mas eu gosto dela mesmo assim, que pena”. Mas os dramas e traumas da vida amorosa quando infelizmente e inevitavelmente aparecem, são muito mais que uma simples pena. “Não sei mais bem onde estou, nem onde há realidade”. Cortar os pulsos parece ser a saída ideal. A comida não tem sal. O Sol não esquenta. A rotina perde a graça. E o dia demora a passar. “Apesar de você, amanhã a de ser outro dia”. Coragem! Se ela se ergueu do chão, por que eu não conseguiria me erguer? “Quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais”. É a hora da virada. Você sai da cama, lava a cara, se arruma. “A noite vai ser boa, tudo vai rolar”. Mas nem sempre (ou quase nunca) as coisas acontecem como nas canções. “Por que eu só faço com você, só quero com você”. Não, as coisas não aconteceram como você esperava. Os sorrisos falsos, as músicas que mais parecem barulhos, os mesmos rostos perdidos e o uísque amargo. “Você é tudo o que eu quero”. O refrão, que antes era brega, agora ecoa na sua cabecinha confusa. E o amanhã nasce ontem. Sem graça, sem gosto, sem cor. “Quis morrer de fome, quase enlouqueci”. Mas tem o trabalho, os amigos, a família. Resumindo, a sua vidinha. A mesma de sempre lhe espera de braços abertos. “E agora, que faço eu da vida sem você?”. Simplesmente você vive. Inspira. Expira. Às vezes, suspira. “Vou chorar, desculpe, mas eu vou chorar”. E de uma hora para outra as canções bregas vão sumindo, vão perdendo o sentido e as coisas voltam a se encaixar. “O telefone tocou novamente”. Então, você re-aprende a amar alguém que não você mesmo. E torce loucamente para que as coisas dêem certo como outrora. Mas com um final mais feliz. Com uma vida mais colorida. “Amanhã será um novo dia e certamente eu vou ser mais feliz”.

PS: Só depois de anos entendi a canção título desta crônica (Ritual, de Cazuza). E inegavelmente me senti muito triste por entendê-la. Queria não tê-la entendido nunca. Foi muito triste. Não foi nada fácil. Mas aprendi com esse tempo que a palavra “fácil” não existe no vocabulário dos adultos. Então...

4 comentários:

Anônimo disse...

oi lucas! que boa surpresa o teu mail...vi que teu post é meio decepcionado, meio desiludido, meio arrasado...mas bola pra frente (é fácil falar), amigo! vou ler com mais calma teus textos, tou numa correria de última semana de aulas aqui, mas que legal que tu reapareceu! beijos!, beta

Anônimo disse...

o amanhã nasce ontem .... perfeito.... e assim: melhor tu seguir a luz hehehehhe...vai pra luz.

Lucas Barroso disse...

a luz do fim do túnel????

Anônimo disse...

Por que tanta tristreza?
Eu não lembro de ti assim.